Quem algum dia não sofreu por amor? É fato que todos nós, sem exceção, já perdemos algumas noites de sono pensando em alguém. Se você for uma pessoa mais sortuda, talvez esse tipo de sofrimento tenha sido mais passageiro, mas amores à parte, sabemos que nossos afetos mudam de proporção e de qualidade com o passar do tempo, pois refletem diferentes estágios de nosso amadurecimento.
Entretanto, existem pessoas nas quais este processo de ligação afetiva não corre de forma tão tranquila, ou seja, há pessoas que apresentam uma “maior dificuldade”, se assim podemos dizer, de experimentar fases equilibradas. Obviamente que enlouquecer de amor faz parte da vida de todos, mas ficar preso a um jeito “mais intenso” de gostar pode não ser tão adequado assim.
Não é tão raro vermos pessoas que sofrem demasiadamente com sua maneira de amar, mantendo-se em relacionamentos dolorosos e destrutivos por longos períodos de tempo, sem conseguir se desligar do(a) amado(a).
Obviamente que não existe uma maneira certa ou errada de se amar, pois isso varia de indivíduo para indivíduo, mas sofrer em excesso pode ser um sinal de que “algo” não vai tão bem assim.
Quando esse comportamento sentimental se torna excessivo e a pessoa se vê obrigada a manter atenção no(a) parceiro(a) mais do que consideraria razoável, passando a deixar de lado outras atividades e pessoas que antes valorizava como amigos, filhos, família, ela pode estar, na verdade, com um problema que se chama amor patológico.
Casos de amor patológico podem ocorrer como uma dificuldade isolada tanto em homens quanto em mulheres, mas principalmente ocorrem junto àqueles que possuem baixa autoestima e que sentem intensos sentimentos de raiva, acompanhado de relatos de abandono e rejeição.
Vale lembrar que há características do amor patológico que se assemelham muito às da dependência de álcool e outras drogas, por exemplo, e que precisam ser avaliadas cuidadosamente.
Vou deixar aqui algumas dicas para verificar se seu amor está fora de controle:
1. Você apresenta sinais ou sintomas de abstinência (dores musculares, insônia, taquicardia, tensão muscular etc.) na ausência do(a) companheiro(a)? E quando o(a) parceiro(a) “procura-o(a)” ou “dá sinal de interesse”, esses sintomas desaparecem?
2. Você se ocupa do(a) parceiro(a) e de seus interesses mais do que ele(a) gostaria?
3. Suas atitudes para diminuir este controle sobre o(a) outro(a) são malsucedidas?
4. Você gasta muito tempo pensando no(a) parceiro(a) ou controlando suas atividades (Onde está? O que está fazendo? Com quem estaria? etc.)?
5. Você sente que acaba abandonando suas atividades de interesses antes valorizadas e isso acaba prejudicando-o(a)?
Entenda que sentir dor por amor em certos momentos da vida é um fato completamente natural. Entretanto, somente quando não fazemos nada por esta dor é que ela pode se transformar em sofrimento. Ou seja, fique atento e perceba se suas relações afetivas são, na verdade, positivas ou se seu jeito de amar é que o(a) faz sofrer.
Não deixe que seu afeto vire uma doença!