Baseado no DSM-IV e comparando ao DSM-V (não mudou muita coisa, na verdade praticamente nada nos critérios que determinam o diagnóstico da depressão).
Responda as duas perguntas abaixo com base no último mês, isto é, contando com hoje você irá considerar os últimos 30 dias (aproximadamente) e como tem se sentido nesses dias:
1. Você ficou frequentemente chateado por ter se sentido deprimido e desesperançoso?
2. Você ficou frequentemente chateado por não sentir interesse em realizar algumas atividades (diárias)?
Se a resposta foi "não" para ambas as perguntas, significa que a possibilidade de você estar deprimido é quase nula. Mas se apenas uma das duas foi "sim" a possibilidade é de 50%. E caso ambas tenham sido "sim" a probabilidade é quase certa.
Perceba que em todas as afirmativas, tanto para "não" nas duas perguntas, quanto para "sim" apenas em uma ou "sim" para ambas, nada é 100%. Apenas aumentamos aos extremos. Se fosse colocar em números diria que ao responder "não" as duas perguntas a probabilidade é de 90% de que você não tem depressão. Ao responder "sim" para as duas perguntas a possibilidade seria 90% que sim, você tem depressão.
Por que não é 100%?
O exame para identificar depressão é feito por uma pessoa, um médico (pode ser um clínico ou um psiquiatra, e um psicólogo também). Portanto, depende de fatores como a experiência do profissional, uma OPINIÃO sobre os sintomas "encontrados" e algumas considerações a serem realizadas (falaremos disso no decorrer deste texto). Isto é, não existe um exame definitivo que reconheça com precisão que a pessoa tem depressão, como são os exames para diabetes ou câncer, por exemplo.
No DSM-IV, e em conjunto com o V, veremos 9 itens que apontam para um estado de depressão. Se você assinalar pelo menos 5 deles, o diagnóstico de depressão grave é confirmado. Lembrando que tais sintomas devem estar presentes por pelo menos duas semanas, provocando prejuízos na sua vida social, familiar, profissional e outras atividades diárias.
Vamos sintetizar isso para ficar melhor entendido:
Você vai considerar as suas duas últimas semanas;
Você vai considerar que marcando, no mínimo, 5 sintomas, você já estará enquadrado no diagnóstico de depressão grave;
E você vai considerar que, por causa desses 5 sintomas, as áreas da sua vida social, familiar, profissional e outras atividades diárias, estão sendo prejudicadas.
Em outras palavras, mesmo que venhas a marcar cinco ou mais sintomas, mas não há prejuízos na sua vida social, familiar, profissional e em suas atividades de área, então pode ser que você não tenha depressão.
Feito essas considerações, veja quais desses sintomas abaixo se fazem presentes em sua vida (lembre-se de considerar o período das duas últimas semanas como fator relevante):
Estado deprimido: sente-se deprimido quase todos os dias, isto é, humor deprimido na maioria dos dias, como sentimento de tristeza ou vazio, e aos olhos de terceiro chora muito ou está sempre "pra baixo";
Anedonia: não sente interesse em realizar a maioria das atividades, acentuada diminuição do prazer;
Alteração de peso: perdeu ou ganhou peso;
Distúrbio de sono: teve insônia ou sonolência (essa sonolência é diferente daquela que sentimos quando dormimos mal a noite e passamos o dia seguinte com vontade de dormir para recuperar a noite "perdida", não é isso; esta sonolência, mesmo que durma durante o dia a vontade de dormir não passa);
Problemas psicomotores: agitação ou apatia psicomotora, que nesse caso podem ser vários como: impossibilidade de relaxar ou deixar os músculos em repouso, movimentos involuntários, travados, gestos grosseiros, falta de adaptação dos gestos para realizar uma atividade, incapacidade de executar determinadas sequências gestuais ou execução com extrema lentidão (vestir-se, abotoar a roupa, amarrar o cadarço dos sapatos, etc.), excessiva necessidade de movimentação, falta ou inibição de movimentos ou movimentos limitados, etc.;
Falta de energia: fadiga ou perda de energia, diariamente;
Culpa excessiva: sente-se culpado ou inútil maior parte do tempo;
Dificuldade de concentração: não consegue se concentrar, nem para pensar ou refletir sobre algo;
Ideias suicidas: pensar sobre morte (nas últimas duas semanas diariamente) ou em formas de se matar.
Segundo o DSM-IV e V, como dito antes, apenas 5 itens já caracteriza depressão. Assim, a classificação do estado depressivo é dividido em três grupos:
Depressão menor: 2 a 4 sintomas por duas ou mais semanas, incluindo estado deprimido ou anedonia;
Distimia: 3 ou 4 sintomas, incluindo estado deprimido, aqui considerando o período de 2 anos no mínimo;
Depressão maior (depressão de fato): 5 ou mais sintomas por duas semanas ou mais, incluindo estado deprimido ou anedonia.
O que significa "incluindo estado deprimido ou anedonia"?
Significa que você pode ter marcado 7 itens, mas se não tiver marcado os itens "estado deprimido" ou "anedonia", pode ser que não esteja deprimido, simplesmente. Mas pode ser que esteja também. Por isso coloquei no começo deste texto que nada é 100% e que depende de outros fatores a considerar.
Por exemplo, quando se está a fazer o exame e questiona-se o paciente se ele sente-se deprimido a maior parte do tempo, quase todos os dias (estado deprimido), a resposta será sim na maioria das vezes e até quando o paciente não lembra se isso é durante as duas últimas semanas ou os últimos três dias.
Atenção! Não se está a dizer que o paciente estaria a mentir, não é isso, mas às vezes perdemos a noção dos dias. Podemos sentir-nos em estado deprimido um dia e depois voltarmos a sentir esse estado deprimido dez dias depois. Ao questionarmos, o paciente conclui que foram duas semanas sentindo-se assim. Isso é possível? Claro que sim. Há muitos casos de pacientes que depois de passarem por um tratamento de 6 meses ou 1 ano, não sentem mais os sintomas e possuem fortes impressões que o que os deixou "mal" foram as medicações. Alegam, na maioria das vezes, que após suspender as medicações, por conta própria, sentiram-se melhor. Isto também pode ser verdade, quanto um forte indicativo de houve um diagnóstico equivocado, o paciente poderia ter apenas passado por um momento de tristeza devido a inúmeros fatores (que não vem ao caso discutir nesse momento, mas é uma possibilidade).
Testes de Rastreamento
Especialistas em saúde mental, psiquiatra ou psicólogo, são os profissionais mais adequados para diagnosticar depressão, mas é possível que qualquer outro médico também possa fazer o diagnóstico (não é o mais recomendado e muitos profissionais de outras áreas não se arriscam a fazer, mas é possível sim). Em particular, sobre psiquiatras e psicólogos, são os mais indicados porque ambos estão aptos a aplicar questionários de rastreamento que, junto com o exame físico, histórico de vida e aplicar as perguntas acima, ajudam a identificar melhor a depressão.
Mesmo assim, sabe-se que esses testes são limitados, por isso a aplicação isolada de qualquer uma das etapas deve ser considerada duvidosa ou ineficiente. Pois mesmo a aplicação em conjunto de todas as etapas, sempre haverá alguma porcentagem contrária, mesmo que mínima. A respeito disso, ainda falta estudos mais refinados. Por isso a aplicação de todos os passos é essencial, evita que o paciente entre num tratamento que nem deveria ter começado. Buscar segunda opinião médica e psicológica é sempre recomendado.
Por isso, não basta fazer alguns "testezinho", responder tudo certinho e... bingo! Estou com depressão! Não funciona assim. Ou seja, se você respondeu as perguntas acima e o resultado foi confirmativo, considere apenas como indicativo de probabilidade de uma depressão. O que você precisa fazer é procurar um profissional para que ele confirme com mais precisão o indicativo que encontrou aqui. Lembre-se que o diagnóstico é um processo com mais de uma etapa, não queime nenhuma e o resultado será mais certeiro.
Outros fatores ainda a serem considerados na avaliação da depressão são:
História familiar de depressão, isto é, houve outros casos na família? Pode ser tanto da família nuclear quanto de parentes e familiares distantes.
Teve depressão anteriormente? Mesmo que não tenha sido diagnosticado antes, mas houve alguma época na sua vida em que sentiu algo similar ao que sente hoje?
Acontecimentos estressantes é um grande fator de risco a ser considerado, assim como dependência de drogas.
Os casos depressivos mais evidentes são aqueles cujas causas são mais óbvias, como os problemas psicossociais: morte de uma pessoa querida, perda do emprego, término de uma relação amorosa. E também os casos associados a condições médicas, como o câncer, dores crônicas, doenças do coração, diabetes, epilepsia, DSTs, Parkinson, derrame cerebral, doenças da tireoide, etc.
Por que esses são os mais evidentes?
Porque claramente as situações descritas acima, como "morte de uma pessoa querida (problemas psicossociais)" ou "doenças do coração (condições médicas)", já sabemos que causam grande impacto na vida da pessoa. São evidentes porque você consegue identificar a causa com a depressão de imediato. Mas há muitos outros casos de depressão cuja identificação é bem complexa e, às vezes, nunca é descoberta.
Existem alguns medicamentos e drogas que também podem causar depressão em caso de uso continuo, como: medicamentos para controlar o apetite (anfetaminas), benzodiapzepínicos, medicamentos para o tratamento de gastrites e úlceras (cimetidina e ranitidina), contraceptivos orais, álcool, derivados da cortisona, anti-hipertensivos, cocaína, etc.
Tratamentos
Em uma rápida pesquisa na Internet e lendo alguns sites especializados no tema, chega-se facilmente a conclusão que a maioria dos especialistas considera que a psicoterapia consegue controlar os casos leves ou moderados da depressão. E que em casos graves, a psicoterapia não deve ser indicada como exclusiva, portanto deve acompanhar o tratamento medicamentoso.
Outra informação interessante de mencionar sobre o tratamento, principalmente o medicamentoso, é que muitos especialistas (médicos) reconhecem os benefícios da psicoterapia, no entanto estamos vivendo uma tendência moderna em empregar mais medicamentos para tratar depressão.
O que isso significa?
Significa que o tratamento psicoterápico pode está sendo ignorado.
Sabemos por experiência, inclusive, que muitas vezes o médico psiquiatra ao receber um paciente depressivo, ignora totalmente se o mesmo está ou não a fazer acompanhamento psicoterapêutico. E mesmo quando é encaminhado pelo próprio psiquiatra para tratamento psicoterapêutico (muitas vezes por políticas internas do hospital ou da clínica, ou seja, mero cumprimento de protocolo), não existe nenhuma interação entre as duas abordagens. O médico parece ignorar o que está acontecendo na consulta com o psicólogo e o psicólogo parece não considerar os efeitos colaterais ou mesmo positivos da medicação. Ou seja, as duas áreas não estão se comunicando na verdade, o que seria essencial para ajudar o paciente. Isto é uma realidade muito comum, por isso recomenda-se sempre procurar os melhores, aquele profissional que compreende não apenas a importância do seu trabalho, mas a contribuição e parceria do outro profissional.
Vale dizer que esses especialistas são psiquiatras (médicos pós-graduados em psiquiatria). Isso faz diferença? Sim, um psicólogo discorda que nos casos graves a psicoterapia é pouco eficaz ou mesmo desnecessária, muito pelo contrário. É justamente nesses casos que ela se faz fundamental. Realmente, essa tendência de empregar mais medicamentos, como a criação de uma fórmula mágica (pílula) que resolve todos os problemas, acaba atraindo as pessoas para soluções imediatas de algo que pode levar anos para se ter algum benefício.
Por que é fundamental?
A menos que a causa apontada seja associada a uma condição médica como tireoide, diabetes, DSTs, etc., cuja ação medicamentosa pode trazer benefícios claros para o paciente, até mesmo sem intervenção psicoterapêutica. Todos os outros casos associados a problemas psicossociais e até outras causas associadas às condições médicas como o câncer, doenças do coração, etc. e, principalmente, as causas desconhecidas da depressão. Os tratamentos medicamentosos nesse caso até podem "curar" o corpo adoecido, mas a mente, o espírito, a alma, deste ser não existe pílula que resolva. E se estas expressões são utópicas demais, podemos substituí-las por autoestima, autoconfiança, prazer de viver, sentido de vida, razão de viver, etc. E é somente no tratamento psicoterapêutico que estas condições terão foco para o tratamento.
Associe o seguinte exemplo: se você perdeu alguém importante na sua vida e caiu numa depressão profunda a ponto de tentar se matar algumas vezes. Mesmo recebendo medicação, mesmo quimicamente seu corpo reagindo positivamente, pode ser que não dê em nada. Porque uma pílula não cura a "dor da sua perda". Mesmo que a psicoterapia também não consiga reverter o seu quadro, pense bem! Mesmo assim, ainda estará trabalhando justamente sobre sua perda, sobre sua dor, sobre sua emoção, sua tristeza. Conversar sobre dores do coração não mudam os fatos, mas muitas vezes nos ajudam a sentir melhor. Nesse mundo de coisas passageiras, resultados imediatos e muita preocupação com a estética, nos faz esquecer de cuidar da coisa mais importante que temos: a nossa saúde mental. Só isso já deveria ser o suficiente para considerar fundamental o acompanhamento psicológico.
Enfim, vou colocar aqui os dois tipos de tratamento para conhecermos como funciona: medicamentoso e psicoterapia.
Tratamento medicamentoso
(consideraremos apenas os casos graves)
O plano terapêutico medicamentoso possui três fases: aguda, continua e manutenção.
- Primeira fase: aguda
Duração: 1 mês e meio (6 semanas) a 3 meses.
Objetivo: reduzir os sinais e sintomas da doença.
Observação: consta que 70% dos pacientes responde a esta fase, o que isso significa? Significa que os demais 30%, mesmo seguindo o tratamento inicial sem falta, não obtêm retorno positivo. O que é feito a respeito?
Respondendo diretamente e sem rodeios: tratamentos medicamentosos são feitos por hipóteses de que "isso pode funcionar... ou não" ou "sabe-se que isso funciona, mas não há certeza se vai dar certo, apenas espera-se que sim". Nos casos que o paciente não apresenta resposta, ele é reavaliado para confirmar o que ele já sabe que tem: depressão. Em seguida o tratamento medicamentoso é replanejado, com medicações alternativas e doses diferentes das aplicadas anteriormente (geralmente aumentam-se as doses).
- Segunda fase: continua
Duração: 4 a 9 meses (ou mais, há casos e casos, entre 4 a 9 meses estão os casos em geral, uma média).
Objetivo: manter as doses de medicação durante o período de duração, considerando o desaparecimento dos sintomas (que na verdade não desaparecem totalmente, mas sim considerar a diminuição e o efeito prejudicial - redução de danos - dos sintomas na vida do indivíduo). Ou seja, há uma melhora, sim, mesmo que nem todos os pacientes consigam responder 100% ao tratamento.
- Terceira fase: manutenção
Duração: indefinida, pode ser mantida por muitos anos, é tudo o que se sabe sobre. Por quê? Porque quando se fala em doenças psiquiátricas não se fala em cura, apenas em tratamento. A pessoa melhora, mas nunca 100%*.
Objetivo: evitar recidivas e é indicada para pacientes com alto risco de recaídas ou ideias suicidas dominantes, e também para pacientes que já tiveram depressão mais de uma vez.
*Observação: a respeito de cura, pessoas, sites, artigos, textos, vídeos, declarações, etc., que você tenha visto espalhados por esse mundo cibernético alegando cura da depressão, não são de todo falsas (algumas podem ser e estariam usando isso para promover alguma coisa). No entanto, não se trata realmente de cura, mas sim que a pessoa obteve benefício do tratamento ou de alguma mudança em particular em sua vida e conseguiu reduzir os danos e prejuízos da vida pessoal, familiar, profissional, etc., a ponto de conseguir viver uma vida saudável.
Tratamento psicoterapêutico
Aqui será exemplificado o tratamento por meio da abordagem cognitivo-comportamental, pois diversos estudos já comprovaram que é a abordagem mais eficaz e cuja durabilidade dos resultados é maior. Também vou dividir em fases, apenas para fins didáticos, as fases serão: inicial, atividades e acompanhamento.
- Fase inicial
Avaliação Psicológica (duração de 1 a 4 sessões): Nas primeiras sessões serão realizadas algumas entrevistas (estas fazem parte do processo de avaliação psicológica, o que o psicólogo está fazendo é conhecendo você e isso é muito importante para personalizar o tratamento).
Psicoeducação (duração de 1 a 4 sessões, mas pode acontecer em outras etapas da terapia conforme necessidades forem surgindo): Após a avaliação psicológica, inicia-se a psicoeducação. Também pode acontecer paralelamente, visto o tempo de duração de cada sessão, o psicólogo costuma trabalhar nos primeiros minutos a avaliação e no restante do tempo a psicoeducação (ou vice e versa).
O que é a psicoeducação?
É uma forma interventiva e estruturada, didática e sistemática que estabelece um fluxo de informações entre psicólogo e paciente cujo objetivo é possibilitar que o paciente compreenda todo o processo do seu transtorno. Isto é, o terapeuta educa e familiariza o paciente em relação aos seus problemas e sua patologia, esclarecendo-o acerca das implicações e consequências do diagnóstico estabelecido.
Mas isso já não é feito sempre?
Nem sempre e na maioria das vezes é feito de forma meramente informativa e sem dar a importância necessária. Por isso é muito comum pessoas passarem por depressão (e outros transtornos) por anos e não saber nada sobre o funcionamento de uma psicoterapia ou para que serve afinal esse remédio que está tomando e seus efeitos.
A psicoeducação torna o paciente consciente de todos os passos e isso ajuda o mesmo a se automotiva a conseguir bons resultados conforme vai avançando na terapia. Aliás, isso ajuda o paciente a perceber qual o caminho do progresso se encontra.
Planejamento terapêutico: após avaliação psicológica, psicoeducação, o psicólogo elabora o planejamento que vai estimar (e isso varia de caso para caso) o tempo necessário para obter resultados positivos durante a psicoterapia. E também quais as etapas e atividades que serão utilizadas para ajudar o paciente nesse processo. Essas etapas e atividades, veremos na fase seguinte.
- Fase de atividades
Nesta fase serão focadas diversas atividades que ajudam a trabalhar a autoestima, autoimagem, autoconceito. E melhoram o humor do paciente. Abaixo segue uma lista de exemplos de atividades que ajudam nesse aspecto e que podem ser usadas como forma de tratamento:
Mudanças de hábitos (ajuda a diminuir algumas morbidades);
Mudanças motivacionais (faz com que o paciente crie energia para realizar as atividades propostas na terapia e em sua vida diária);
Trabalho sobre distorções de pensamento (visa modificar ideias negativas e que contribuem para intensificar o estado depressivo);
Registro de padrões de pensamentos e crenças negativas (o objetivo além de tornar esses padrões de pensamentos conscientes para a pessoa, é poder focar naqueles que são mais intensos e trabalhar uma forma de mudança a partir da mudança desses padrões mentais);
O registro também ajuda a identificar os principais temas que são associados às emoções do paciente, assim sabemos quais emoções tem maior impacto na vida daquela pessoa e como podemos trabalhar em cima disso.
Foco em situações futuras, objetivos, metas a serem alcançadas. São traçadas metas a curto, médio e longo prazo. Isso ajuda a dar ideia de progressão na terapia, à medida que o paciente vai alcançado as metas de curto prazo começa, então, a perceber seu próprio avanço.
Ainda sobre essa fase, é importante dizer que é personalizada, ou seja, diferente para cada pessoa e cada atividade proposta e questões a serem resolvidas, são trabalhadas de forma intensiva e sequencial. Acaso o paciente não consiga avançar, o terapeuta volta para uma etapa anterior. Até que o paciente se sinta confiante para avançar e, assim, alcançar os resultados.
O objetivo final é claro, é de que cada resultado alcançado gere satisfação ao paciente. Por isso se trata de um trabalho muito pragmático e centrado nas particularidades de cada paciente. Não tem como uma atividade promover um bem-estar num indivíduo e a mesma causar os mesmo benefícios em outros, por isso a personalização das atividades.
Lembrando que a avaliação na fase inicial é muito importante para determinar esta segunda etapa.
- Fase de acompanhamento
Nesta fase, o paciente já deverá ter alcançado todas suas metas e objetivos, ou pelo menos quase todos. O acompanhamento é indicado para garantir que mesmo após o término da terapia, o mesmo não tenha recaídas. Então, são feitas algumas consultas com espaçamentos maiores entre uma e outra.
Exemplo: se no começo da terapia o paciente realizava 2 consultas por semana, ao longo do tratamento, passa a fazer apenas 1 consulta por semana. E, após alcançar o estado de bem-estar, diminui-se para 1 consulta quinzenal ou mensal. E, posteriormente, para 1 consulta a cada 3 meses ou algumas poucas vezes no ano só para saber como está indo.
Outro tipo de tratamento
Há outros tipos de tratamento ainda: a eletroconvulsoterapia (ETC) e a estimulação magnética transcraniana (EMT) que podem ser indicada para os casos graves e/ou pacientes que possuem algum tipo de intolerância aos medicamentos. Esse tratamento é, geralmente, feito em clínicas especializadas (sob o uso de uma anestesia geral, no caso da ETC; e sem anestesia, no caso da EMT).
Que tipo de tratamento é esse?
Bom, o paciente recebe alguns choques, mas fique tranquilo. Quanto a isso vale dizer que, no passado, tratamentos de choque foram usados indiscriminadamente, e isso até hoje causa espanto nas pessoas e medo (também gera muitos preconceitos). No entanto, atualmente, usado de forma adequada é bastante recomendado.
Diferenças entre ETC e EMT
Na ETC, o paciente precisa ser trabalhado com aplicação de anestesia geral e costuma ser usada em casos graves e agudos como ideação suicida, psicoses e perda do contato com a realidade. Algumas desvantagens da ETC é o preconceito, pois as pessoas ainda associam os antigos tratamento de choque e pode ocorrer alguns efeitos colaterais como alterações cognitivas e de memória no longo prazo.
Na EMT, a técnica não possui efeitos colaterais, o tratamento é indolor (sem uso de anestesias, o paciente pode até ficar acordado durante as sessões). Algumas desvantagens o preço, custa muito caro e muitos profissionais ainda desconhecem essa técnica.
Existe ainda uma terceira técnica similar, chamada de estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC). Entretanto, esta ainda está em fase de teste. O equipamento usado é portátil e pode ser aplicado em casa.
Em todas elas, o paciente passa por uma avaliação para ver a real necessidade do uso da técnica. Lembrando que as mesmas são reservadas para casos onde o tratamento medicamentoso é descartado. Pessoas com algum tipo de implante como dispositivos eletrônicos ou metálicos na cabeça, particularmente implante coclear (auditivos), não devem fazer uso dessas técnicas.
Por fim, um detalhe sobre esses últimos tratamentos: O resultado não se difere muito do tratamento medicamentoso, isto é, fica nos mesmo 70%. As vantagens estão nos efeitos colaterais, pois o corpo não sofre com as reações química dos medicamentos. O acompanhamento psicoterapêutico continua a ser recomendado nesta modalidade.
Referências e indicações para leitura
http://zh.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/vida/noticia/2015/04/conheca-um-novo-tratamento-para-depressao-quase-sem-efeitos-colaterais-4732432.html
http://transmagnet.med.br/depre_DSM_IV.htm
http://www.minhavida.com.br/saude/materias/1526-diagnostico-da-depressao
http://oficinadepsicologia.com/depressao
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-55452009000100003
https://sites.google.com/site/atendimentopsicologicoclinico/home/psicoeducacao
http://neuropsicopedagogiaemfoco.blogspot.com.br/2009/06/o-que-e-psicoeducacao.html
http://cienciahoje.uol.com.br/revista-ch/2013/309/eletrochoque-eficaz-para-a-depressao-grave
http://www.emtr.com.br/noticia132.htm
http://www.minhavida.com.br/saude/materias/17820-depressao-tem-cura-entenda-como-e-o-tratamento-da-doenca
http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias/cientistas-descobrem-remedio-que-cura-depressao-em-um-diahttp://www.neurociencias.org.br/pt/544/depressao-2/
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