Existem momentos em que a objetividade não faz entender a essência da questão. As pessoas valorizam demais a objetividade. Dizem coisas como: "Por favor, limite-se a me apresentar os fatos", como se obter os fatos fossem realmente a coisa mais importante a ser feita.
Conclusões baseadas em fatos objetivos nos conferem uma sensação de segurança e é por isso que é muito comum as pessoas se limitarem aos fatos objetivos. No entanto, agir com sabedoria é muito mais importante do que acumular fatos objetivos.
O conhecimento devia se traduzir sempre nos atos e não nos discursos racionais. "A sabedoria é demonstrada pelas suas ações". Podemos estar objetiva e racionalmente certos a respeito de algo, mas a sabedoria vai sempre considerar os resultados de nossas ações. Insistir em chegar aos fatos objetivos pode ser perigoso. Vencer numa discussão pode nos custar um relacionamento.
Como diz o ditado:
"Podemos ter razão ou podemos ser felizes".
Às vezes confiamos muito no que pensamentos porque isso nos dá uma falsa sensação de segurança. Podemos sinceramente acreditar que algo é verdade, mas ainda assim estar completamente errado.
Não devemos confundir a sinceridade com a verdade. Quando acreditamos em alguma coisa, estamos convencidos de que ela é verdade. Entretanto, devemos ser humildes com relação ao que pensamos saber, porque só podemos conhecer a verdade a partir da nossa própria perspectiva pessoal.
Ser ao mesmo tempo fortemente convicto e bastante flexível requer uma grande força de caráter. As pessoas maduras conseguem ser corajosas o suficiente para se comprometerem com a verdade, permanecendo abertos à possibilidades de estarem erradas com relação à maneira como a percebem. É assim que o conhecimento e a humildade se relacionam.
"Os humanos humildes são muito afortunados", porque a pessoa rígida é a que mais sofre com sua rigidez. Pretender ser dono da verdade pode ter efeitos profundamente negativos, porque, apesar das boas intenções, podemos estar sinceramente errados.
Conheço uma antiga história a respeito de três cegos que encontraram um elefante. Quando lhes foi pedido que descrevessem o animal, cada um disse uma coisa diferente. Um afirmou que o elefante era como uma grande mangueira; outro, que ele se assemelhava ao tronco de uma árvore; e outro, que ele parecia um cabo de uma vassoura. Cada um descreveu o animal a partir da sua perspectiva. Nenhum deles estava certo ou errado; todos estavam expondo os seus pontos de vista pessoal. Somos humildes quando percebemos que somos os cegos, limitados na nossa capacidade de perceber as coisas que estão bem diante de nós.
Temos medo daquilo que não conhecemos e esse medo nos cega.
Nossos julgamentos se baseiam em informações distorcidas por nosso modo de ser e que não correspondem necessariamente à realidade. Precisamos acreditar que sabemos a verdade completa a respeito das coisas e das pessoas para nos sentirmos seguros, achando que dominamos completamente a situação e que nada novo virá nos perturbar. Esse temor do desconhecido é à base da intolerância. Ele nos leva a julgar e rotular pessoas e coisas. Quando sentimos esse tipo de medo, condenamos o que não compreendemos.
Ao julgar os outros, nós nos condenamos.