6 Filmes Sobre Depressão
- Muzak Ayala
- 13 de jul. de 2018
- 4 min de leitura

1. As Vantagens de Ser Invisível
Conta a história de um adolescente (14 anos) que sofre de depressão profunda. É um garoto isolado que não tem muitos contatos com outras pessoas, passa maior parte do tempo sozinho e sofre calado, nem a família sabe muito bem o que ocorre.
O filme expressa as fases da depressão, desde o momento mais crítico inicial até o momento onde o adolescente está preste a cometer suicídio (um ato gravíssimo). E também a questão da ajuda, quando ele conhece novos amigos (pessoas que podem ajudá-lo).
O forte do filme é que a depressão é transmitida, do ponto de vista do personagem e de maneira muito realista, revelando as causas da doença aos poucos (o que é interessante, pois as pessoas com depressão vão descobrindo suas causas de forma bem lenta e nem sempre gradativa, o que torna tudo muito confuso quase sempre).

2. Melancolia
A história é bem diferente. Uma mulher que sofre de depressão e ansiedade extrema. No dia do casamento dela, ela dá um surto, um ataque de pânico. E como se não bastasse o mundo está prestes a acabar. Essa é a premissa do filme. Mas o filme trata como é a depressão e como ela pode surgir do nada.
É importante salientar esse "do nada" que não é tão "do nada" assim. É que quando a pessoa se descobre com depressão a sensação de ser "do nada" é o primeiro contato com a doença: "ontem" estava tudo bem e hoje a vida não é mais como antes". Os motivos que levaram a mudança, supostamente repentina, ainda são desconhecidos.
E o filme mostra isso, mas numa análise mais profunda é possível identificar algumas coisas logo no começo:
O filme mostra o casamento malfadado, a família cheia de problemas, a traição do marido na noite do casamento (e como tal ato ocorre sem nenhum prazer, apenas por estar ali). E assim a vida de Justine (personagem do filme) começa a se desenhar, a sensação de desprezo por tudo à sua volta, a maneira indiferente com que ela trata todas as situações, a sensação da falta que ela sente por ninguém compreendê-la, etc. Então, ao pegar todos esses pontos podemos ver que não é "do nada", mas desse "tudo", dessa mistura de várias coisas, de situações minimalistas, de momentos que seriam facilmente ignorados, mas que no fim pesam em nossa existência.

3. Up - Altas Aventuras
Muitas pessoas não sabem, mas o personagem do velhinho, o Sr. Frederich está passando por uma depressão. O começo do filme é bem triste e emocionante e mostra como idosos também sentem depressão. Depois que ele conhece o garotinho, o idoso ganha um novo fôlego para a vida.
E esse é um ponto bem interessante de se analisar no filme. Frederich viveu depressivo por muitos anos de sua vida, assim como muitas pessoas também e hoje são idosas e parecem não ter mais ânimo para vida. Isso faz a gente pensar que talvez poderíamos fazer mais por aqueles que ainda estão conosco e nem imaginamos o que se passa em seus corações.
No desenho, o garotinho consegue inspirar Frederich, renova sua alegria. Veja bem, o passado triste de Frederich não é apagado, ele apenas passa a ver as coisas diferentes. E é isso que faz ressurgir seu novo fôlego para a vida.

4. Terapia de Risco
A trama segue a história de Emily que vê o marido sair da prisão. No entanto, ela passa a ter crises de depressão e busca ajuda, tanto psicológica como medicamentosa (para ansiedade).
O tratamento começa de forma bastante positiva, mas logo também gera consequências inesperadas e desagradáveis.
O filme aborda uma visão diferente da depressão, pois fala dela a partir da ótica de medicamentos e seu uso, os efeitos colaterais que os medicamentos podem trazer. É obvio que os medicamentos são partes fundamentais para o tratamento da depressão e o que é legal no filme é justamente abordar sobre isso (algo bem raro em filmes sobre o tema).
No filme, o psiquiatra receita um novo medicamento que promete ajudá-la com mais eficácia. No entanto, ela acaba tendo efeitos colaterais bem graves. O interessante do filme é retratar essa outra perspectiva da depressão.

5. Reine Sobre Mim
O filme é muito bom, apesar de ser com Adam Sandler não é uma comédia, embora tenha algumas cenas engraçadas (o que é normal mesmo em filmes sérios).
No filme, o personagem do Adam perde a família dele no atentado do 11 de setembro e ele não consegue superar esse trauma, ficando num estado de luto, mudando completamente a vida. Então, ele reencontra um amigo da faculdade que tenta ajudá-lo a ter sua vida de volta.
Um aspecto sobre a depressão que esse filme traz é o que muitos tratamentos psicológicos tentam realizar com pacientes depressivos: ter a vida de volta.
No filme, o personagem tenta ter sua vida de volta justamente porque reencontrou um amigo do tempo da faculdade e isso faz ele olhar para o tempo antes de entrar em depressão. Faz ele perceber que precisa voltar a fazer as coisas de antes, que o passado triste nunca vai se apagar, mas que é preciso continuar.

6. O Babadook
O filme fala, de forma alegórica, uma metáfora sobre depressão pós-parto.
Vale dizer que este é um filme de terror psicológico e pode ser bem pesado para algumas pessoas, pois o terror é transmitido por meio de uma atmosfera sufocante, agoniante, sombria e escura. Mas também faz uma representação daquilo que vem de dentro do depressivo: os sentimentos, as angústias e os transtornos mentais.
O ponto forte do filme é que ele consegue apresentar os sintomas mais característicos da depressão: cansaço constante, pânico, ansiedade, dificuldade em estabelecer laços com crianças, ter pensamentos assustadores, dificuldade de dormir, falta de vontade de se alimentar, problemas de concentração, entre outros.
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